Na quarta-feira (09/09) iremos organizar um Ato de entrega do Abaixo-Assinado ao reitor. A concentração será à partir das 11hs na rua do lazer.
A mobilização irá marcar nossa indignação e sofrimento com os aumentos de mensalidades e a cobrança de taxas abusivas. E à partir disso exigir uma resposta do Reitor Pe. Pedro Rubens Ferreira Oliveira sobre o assunto.
Abaixo o aumento de mensalidades!
Basta de evasão dos nossos colegas!
Todo apoio aos inadimplentes!
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Jornada Nacional de Lutas (Agosto Rebelde)
Grito Estudantil presente no "Agosto Rebelde", dia 25/09, na Avenida Conde da Boa Vista. A passeata contou com estudantes secundaristas de várias cidades e universitários da UFPE, UFRPE, Unicap e UPE, que cantaram palavras de ordem pelo "Livre acesso à Educação" e "pela gratuidade da UPE ".
O itinerário da mobilização terminou na Secretaria de Ciência, Tecnlogia e Meio Ambiente do estado, sendo recebidos pela atual secretária Luciana Santos (PCdoB), em plenária com a participação de todos. Questionada pela gratuidade da UPE a secretaria disse não ter previsão para resolução do problema, mas que estava se esforçando para achar a nova equação dos investimentos para o Ensino Superior. Mesmo assim, os estudantes reafirmaram que o estado de Pernambuco é uns dos que mais arrecadam e ainda assim paga o pior salário para professores e sustenta o título de ter a única universidade estadual que cobra taxa.
Por isso, a luta pela educação e mais oportunidades para os jovens continua e cresce a cada dia.
Vamos juntos conquistar a Universidade Pública e de Qualidade: na lei ou na marra!
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Grito Estudantil no 51º ConUNE
Grito Estudantil organizou delegação da Unicap ao 51º Congresso da UNE, em Brasília, na UnB. O evento acontece de 2 em 2 anos e além de discutir como a UNE deve atuar (as chamadas "Teses") também elegeu a nova diretoria da entidade.
A Tese "Rebele-se", a qual os delegados do Grito defendem, é formada por estudantes de vários estados do Brasil e que defendem uma profunda transformação do ensino superior brasileiro. Está claro que existe um desinteresse do Governo em investir nas universidades públicas porque apenas 3,4% do PIB é destinado a Educação. Por isso a falta de vagas nas instituições públicas se torna quase "lei" e os jovens brasileiros são excluídos de entrarem no ensino superior. Causando assim um crescimento das instituições privadas que cobram exorbitantes mensalidades e taxas para o aluno se formar.
É por conta disso que a Tese "Rebele-se" defende 10% do PIB para a Educação para resolver o déficit de várias décadas no ensino superior, concurso público para contratar mais professores e técnicos, interiorização com qualidade, incentivo a pesquisas compromissadas com o povo, tudo isso para cada vez mais construir um país independente e democrático. Conheça mais sobre a Tese "Rebele-se" no site www.rebelesenaune.blogspot.com.
Pelo Livre Acesso do Povo à Universidade
PELO LIVRE ACESSO À UNIVERSIDADE
O quadro de exclusão que vive o ensino superior no país é alarmante. De acordo com o próprio Ministério da Educação, apenas 13% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso ao ensino superior (menor índice de toda a América Latina) e o setor privado corresponde a 88% das vagas ofertadas a cada ano, numa prova de que os interesses dos capitalistas é que comandam a política educacional brasileira.
Por sua vez, a cada ano o vestibular prova que não é capaz de comprovar o conhecimento de ninguém, e que funciona como uma verdadeira mina de ouro. Ao seu redor se construiu uma milionária rede de cursinhos e colégios particulares, além de o exame ser realizado por fundações privadas que mantém verdadeiras caixas-pretas com relação aos recursos gerados nas inscrições dos vestibulares e sua utilização. A Fuvest, fundação responsável pelo vestibular da Universidade de São Paulo (USP) recebeu em 2007 a cifra de R$ 11,5 milhões com as inscrições do vestibular. Sem dúvida um bom empreendimento.
Essa realidade coloca milhões de jovens fora das Universidades, e os impede de ter acesso ao conhecimento, reafirmando o controle das elites sobre a produção científica e o desenvolvimento intelectual da sociedade, seja por não terem condições econômicas de se adestrar em um cursinho ou pagar as taxas de inscrição, seja pela completa falta de perspectiva de ingressarem em uma instituição pública. As universidades particulares que gozam da ausência de regulamentação em nosso país, aproveitam-se da pouca oferta de ensino público para aumentarem seus lucros.
Nesse contexto, a luta pelo livre acesso do povo à universidade e o fim do vestibular tem ganho força nos últimos anos e conquistado o apoio de milhares de estudantes. As várias jornadas, debates e mobilizações contribuíram decididamente para aumentar o descrédito com o vestibular e defender o direito do povo de acesso ao conhecimento.
Tentando dar resposta a essa realidade, o MEC enviou para as reitorias de todas as Universidades Federais uma proposta de mudança no vestibular no último mês de abril. Pela proposta, o vestibular será substituído por um novo Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, com o objetivo de criar um sistema integrado de avaliação organizado pelo MEC. Após alguma resistência, como o da possibilidade de organizar segundas etapas em cada instituição, as federais anunciaram a adesão à proposta.
O governo e boa parte da imprensa têm propagandeado que essa medida representa o “fim do vestibular”. Nada mais falso! Essa proposta em nada modifica o caráter excludente do acesso à Universidade, pois mantém o mesmo número de vagas das universidades públicas, haja vista que o problema principal colocado para os estudantes não é o da prova, e sim o da possibilidade de ingressar na Universidade.
Enquanto isso, o governo tem desviado verbas que deveriam ser destinada a ampliação de vagas nas instituições públicas para as universidades privadas, principalmente através do Programa Universidade Para Todos – Prouni e do Financiamento Estudantil – FIES, que, juntos, injetam anualmente mais de R$ 3 bilhões de reais nos cofres das universidades pagas, além é claro da dívida pública que consome 46,5% dos gastos federais contra 2,6% dedicados a Educação.
A luta histórica do movimento estudantil sempre apresentou a bandeira do Livre Acesso à Universidade e para tanto precisamos garantir uma efetiva ampliação de vagas e dos investimentos nas instituições públicas de ensino superior, garantindo vagas para todos na educação pública.
A verdade é que o acesso ao ensino superior é um direito e o Brasil que produz tantas riquezas pode e deve garanti-lo a todos os jovens. Na América Latina, países que têm um Produto Interno Bruto - PIB dezenas de vezes menor que o brasileiro já ofertam o livre acesso ao ensino superior, como a Bolívia, Cuba e a Argentina.
Precisamos romper com a apropriação capitalista da educação, que nos impede de superar o subdesenvolvimento, a pobreza e a dependência econômica que nosso país vive há mais de 500 anos. A formação de um novo projeto de nação passa também pela formação de quadros técnicos (engenheiros, professores, cientistas, etc...) capazes de pensar e produzir ciência de acordo com os interesses do povo e não das empresas capitalistas como vemos hoje.
Para tanto, a União da Juventude Rebelião – UJR reafirma o seu compromisso pelo Livre Acesso à Universidade e convoca a juventude brasileira a transformar esse momento de discussões do novo ENEM num debate sobre a exclusão do acesso ao ensino superior. A proposta do MEC não respeita os anseios estudantis e precisamos de uma vez por todas ocupar às ruas do país para exigir o fim do vestibular e o direito ao Livre Acesso à Universidade.
Apresentamos alguns eixos para o fortalecimento dessa luta e a ampliação dessas mobilizações:
1 – Ampliação imediata do orçamento da educação. Pela garantia do investimento de 10% do PIB na educação;
2 – Criar uma política de expansão das universidades públicas, em especial as federais, que permita num período máximo de 5 anos absorver os estudantes que terminam o ensino médio e que ficam de fora das universidades, valendo-se da criação de cursos noturnos e da interiorização universitária;
3 – Estatizar ou federalizar as instituições privadas em crise, permitindo o aproveitamento de suas estruturas para a ampliação de vagas na educação pública;
4 – Realização de concursos públicos que garantam professores e técnico-administrativos suficientes para fortalecer o ensino, a pesquisa e a extensão universitária;
5 – Fim do vestibular e adoção de métodos de avaliação que constatem critérios mínimos de aprendizagem, garantindo vagas a todos que comprovarem essa aptidão.
É com a certeza da disposição e da capacidade de luta da juventude brasileira, e com a certeza na conquista do Livre Acesso à Universidade a partir de nossa luta coletiva que a UJR convoca a todos a se somar nessa luta.
O quadro de exclusão que vive o ensino superior no país é alarmante. De acordo com o próprio Ministério da Educação, apenas 13% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso ao ensino superior (menor índice de toda a América Latina) e o setor privado corresponde a 88% das vagas ofertadas a cada ano, numa prova de que os interesses dos capitalistas é que comandam a política educacional brasileira.
Por sua vez, a cada ano o vestibular prova que não é capaz de comprovar o conhecimento de ninguém, e que funciona como uma verdadeira mina de ouro. Ao seu redor se construiu uma milionária rede de cursinhos e colégios particulares, além de o exame ser realizado por fundações privadas que mantém verdadeiras caixas-pretas com relação aos recursos gerados nas inscrições dos vestibulares e sua utilização. A Fuvest, fundação responsável pelo vestibular da Universidade de São Paulo (USP) recebeu em 2007 a cifra de R$ 11,5 milhões com as inscrições do vestibular. Sem dúvida um bom empreendimento.
Essa realidade coloca milhões de jovens fora das Universidades, e os impede de ter acesso ao conhecimento, reafirmando o controle das elites sobre a produção científica e o desenvolvimento intelectual da sociedade, seja por não terem condições econômicas de se adestrar em um cursinho ou pagar as taxas de inscrição, seja pela completa falta de perspectiva de ingressarem em uma instituição pública. As universidades particulares que gozam da ausência de regulamentação em nosso país, aproveitam-se da pouca oferta de ensino público para aumentarem seus lucros.
Nesse contexto, a luta pelo livre acesso do povo à universidade e o fim do vestibular tem ganho força nos últimos anos e conquistado o apoio de milhares de estudantes. As várias jornadas, debates e mobilizações contribuíram decididamente para aumentar o descrédito com o vestibular e defender o direito do povo de acesso ao conhecimento.
Tentando dar resposta a essa realidade, o MEC enviou para as reitorias de todas as Universidades Federais uma proposta de mudança no vestibular no último mês de abril. Pela proposta, o vestibular será substituído por um novo Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, com o objetivo de criar um sistema integrado de avaliação organizado pelo MEC. Após alguma resistência, como o da possibilidade de organizar segundas etapas em cada instituição, as federais anunciaram a adesão à proposta.
O governo e boa parte da imprensa têm propagandeado que essa medida representa o “fim do vestibular”. Nada mais falso! Essa proposta em nada modifica o caráter excludente do acesso à Universidade, pois mantém o mesmo número de vagas das universidades públicas, haja vista que o problema principal colocado para os estudantes não é o da prova, e sim o da possibilidade de ingressar na Universidade.
Enquanto isso, o governo tem desviado verbas que deveriam ser destinada a ampliação de vagas nas instituições públicas para as universidades privadas, principalmente através do Programa Universidade Para Todos – Prouni e do Financiamento Estudantil – FIES, que, juntos, injetam anualmente mais de R$ 3 bilhões de reais nos cofres das universidades pagas, além é claro da dívida pública que consome 46,5% dos gastos federais contra 2,6% dedicados a Educação.
A luta histórica do movimento estudantil sempre apresentou a bandeira do Livre Acesso à Universidade e para tanto precisamos garantir uma efetiva ampliação de vagas e dos investimentos nas instituições públicas de ensino superior, garantindo vagas para todos na educação pública.
A verdade é que o acesso ao ensino superior é um direito e o Brasil que produz tantas riquezas pode e deve garanti-lo a todos os jovens. Na América Latina, países que têm um Produto Interno Bruto - PIB dezenas de vezes menor que o brasileiro já ofertam o livre acesso ao ensino superior, como a Bolívia, Cuba e a Argentina.
Precisamos romper com a apropriação capitalista da educação, que nos impede de superar o subdesenvolvimento, a pobreza e a dependência econômica que nosso país vive há mais de 500 anos. A formação de um novo projeto de nação passa também pela formação de quadros técnicos (engenheiros, professores, cientistas, etc...) capazes de pensar e produzir ciência de acordo com os interesses do povo e não das empresas capitalistas como vemos hoje.
Para tanto, a União da Juventude Rebelião – UJR reafirma o seu compromisso pelo Livre Acesso à Universidade e convoca a juventude brasileira a transformar esse momento de discussões do novo ENEM num debate sobre a exclusão do acesso ao ensino superior. A proposta do MEC não respeita os anseios estudantis e precisamos de uma vez por todas ocupar às ruas do país para exigir o fim do vestibular e o direito ao Livre Acesso à Universidade.
Apresentamos alguns eixos para o fortalecimento dessa luta e a ampliação dessas mobilizações:
1 – Ampliação imediata do orçamento da educação. Pela garantia do investimento de 10% do PIB na educação;
2 – Criar uma política de expansão das universidades públicas, em especial as federais, que permita num período máximo de 5 anos absorver os estudantes que terminam o ensino médio e que ficam de fora das universidades, valendo-se da criação de cursos noturnos e da interiorização universitária;
3 – Estatizar ou federalizar as instituições privadas em crise, permitindo o aproveitamento de suas estruturas para a ampliação de vagas na educação pública;
4 – Realização de concursos públicos que garantam professores e técnico-administrativos suficientes para fortalecer o ensino, a pesquisa e a extensão universitária;
5 – Fim do vestibular e adoção de métodos de avaliação que constatem critérios mínimos de aprendizagem, garantindo vagas a todos que comprovarem essa aptidão.
É com a certeza da disposição e da capacidade de luta da juventude brasileira, e com a certeza na conquista do Livre Acesso à Universidade a partir de nossa luta coletiva que a UJR convoca a todos a se somar nessa luta.
II Seminário Nacional Universidades Brasileiras
O II Seminário Nacional Universidade Brasileira reaizou-se nos dias 2 e 3 de maio e reuniu mais de 200 lideranças estudantis, de instituições públicas e privadas, que debateram os rumos do ensino superior no país.
Após os intensos debates os estudantes reafirmaram a importância de transformar a universidade numa instituição verdadeiramente pública referenciada nos interesses do povo e aberta a sociedade, a partir do livre acesso à universidade e de uma podução científica soberana.
Segue a Carta do Recife, aprovada no II SNUB.
Carta de Recife
II Seminário Nacional Universidade Brasileira
II Seminário Nacional Universidade Brasileira
Estudantes universitários de vários estados brasileiros se reuniram, nos dias 02 e 03 de maio de 2009, na Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, para a segunda edição do Seminário Nacional Universidade Brasileira. Dois anos após a realização do primeiro Seminário, na Universidade Federal de Campina Grande, este evento já se apresenta no calendário do movimento estudantil como espaço de formulação e mobilização acerca de importantes questões do ensino superior no país.
Em um momento em que o mundo passa por mais uma crise econômica e social, fruto das contradições do capitalismo, as consequências desta crise são sentidas em todas as esferas da vida: aumento das demissões, escalada dos preços, permanentes ameaças de guerras e intervenções imperialistas, corte de verbas públicas (a exemplo do R$ 1 bilhão retirados do orçamento do Ministério da Educação e dos R$ 800 milhões da Ciência e Tecnologia, neste ano) com a finalidade de salvar da falência grandes bancos e monopólios industriais e agrícolas.
Cresce, portanto, o papel da juventude para apontar o rumo a ser tomado e de animar, com sua energia criadora, a luta contra os efeitos dessa crise e pela superação do capitalismo.
Uma parcela importante dessa juventude se encontra nas universidades, local chave para a sociedade, por formar profissionais e desenvolver ciência e tecnologia, que devem estar sempre a serviço do desenvolvimento do país. Inserir esse setor nos debates sobre a educação e os rumos do país é um dos desafios a que se propõe o II Seminário Nacional Universidade Brasileira.
O ensino superior no Brasil, contudo, tem a marca da exclusão, representada de forma mais clara pelo vestibular. Este mecanismo visa repassar ao estudante a responsabilidade de ingressar ou não na universidade, mascarando a real falta de vagas nas instituições públicas e a obrigação do Estado em assegurar ensino público, gratuito e de qualidade para todos em todos os níveis. Além disso, outra grande contradição é que do total das vagas ofertadas nos vestibulares anualmente, 88% se concentram nas instituições privadas.
Nos últimos anos, mesmo que ainda de forma tímida, iniciou-se uma política de expansão universitária, com a criação de novos campi no interior dos estados. Essa reivindicação histórica dos estudantes e da sociedade brasileira foi recebida com entusiasmo pelos milhares de jovens que passaram a ter acesso à educação.
Contudo, essa expansão tem acontecido de forma precária. Falta de salas de aula, restaurantes universitários, política de assistência estudantil são a marca da criação desses novos cursos. A luta dos estudantes, porém, tem permitido obter conquistas reais de melhorias nessas condições de ensino, e apontam que só com o fortalecimento da mobilização estudantil é que garantiremos uma educação de qualidade também nos novos campi.
Vivemos nesse último ano a implementação do Reuni, que, depois de muita truculência em sua aprovação, evidenciou o problema da falta de professores nas universidades federais. Criou ainda cursos deslocados de uma verdadeira demanda social e impôs limitações ao ensino, à pesquisa e à extensão.
Muitos recursos também são desviados da educação pública. Só com o Prouni e o Fies o governo destina R$ 3 bilhões por ano às instituições privadas. Esse recurso foi uma forma encontrada pelo governo para salvar o setor privado das dificuldades que passava, a fim de sustentar seus altíssimos lucros e sua expansão. Defendemos a transferência imediata dos estudantes que têm suas mensalidades pagas pelo governo para instituições públicas, como forma de restabelecer o caráter gratuito da educação.
Agora, o MEC propõe que o atual Enem se transforme numa nova avaliação nacional para “substituir” o tradicional vestibular. Porém, isso não resolverá concretamente a exclusão da juventude ao ensino superior público no nosso país. Para se ter uma idéia, na Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, o índice de jovens que tem acesso ao ensino superior é de 26%. No Brasil, país mais rico de toda a América Latina, apenas a metade disso, ou seja, 13%, tem acesso ao ensino superior. Na verdade, o novo vestibular, como já ficou conhecido, é uma tentativa do governo de disfarçar o caráter excludente da prova, já que essa medida não aumentará as vagas existentes nas universidades públicas. Para combater tanta falsa propaganda, é necessário levantar a bandeira histórica do livre acesso do povo à universidade, promovendo a verdadeira democratização do ensino superior.
Assim, com esta Carta de Recife, nós, estudantes presentes no II Seminário Nacional Universidade Brasileira, reafirmamos o caminho da luta e da combatividade como única saída para os problemas enfrentados pelos estudantes. Mais organização é preciso para conquistar a universidade que queremos e que o povo brasileiro precisa. Mais seminários virão para que juntos conquistemos a universidade popular, onde toda a juventude possa ingressar!
Em um momento em que o mundo passa por mais uma crise econômica e social, fruto das contradições do capitalismo, as consequências desta crise são sentidas em todas as esferas da vida: aumento das demissões, escalada dos preços, permanentes ameaças de guerras e intervenções imperialistas, corte de verbas públicas (a exemplo do R$ 1 bilhão retirados do orçamento do Ministério da Educação e dos R$ 800 milhões da Ciência e Tecnologia, neste ano) com a finalidade de salvar da falência grandes bancos e monopólios industriais e agrícolas.
Cresce, portanto, o papel da juventude para apontar o rumo a ser tomado e de animar, com sua energia criadora, a luta contra os efeitos dessa crise e pela superação do capitalismo.
Uma parcela importante dessa juventude se encontra nas universidades, local chave para a sociedade, por formar profissionais e desenvolver ciência e tecnologia, que devem estar sempre a serviço do desenvolvimento do país. Inserir esse setor nos debates sobre a educação e os rumos do país é um dos desafios a que se propõe o II Seminário Nacional Universidade Brasileira.
O ensino superior no Brasil, contudo, tem a marca da exclusão, representada de forma mais clara pelo vestibular. Este mecanismo visa repassar ao estudante a responsabilidade de ingressar ou não na universidade, mascarando a real falta de vagas nas instituições públicas e a obrigação do Estado em assegurar ensino público, gratuito e de qualidade para todos em todos os níveis. Além disso, outra grande contradição é que do total das vagas ofertadas nos vestibulares anualmente, 88% se concentram nas instituições privadas.
Nos últimos anos, mesmo que ainda de forma tímida, iniciou-se uma política de expansão universitária, com a criação de novos campi no interior dos estados. Essa reivindicação histórica dos estudantes e da sociedade brasileira foi recebida com entusiasmo pelos milhares de jovens que passaram a ter acesso à educação.
Contudo, essa expansão tem acontecido de forma precária. Falta de salas de aula, restaurantes universitários, política de assistência estudantil são a marca da criação desses novos cursos. A luta dos estudantes, porém, tem permitido obter conquistas reais de melhorias nessas condições de ensino, e apontam que só com o fortalecimento da mobilização estudantil é que garantiremos uma educação de qualidade também nos novos campi.
Vivemos nesse último ano a implementação do Reuni, que, depois de muita truculência em sua aprovação, evidenciou o problema da falta de professores nas universidades federais. Criou ainda cursos deslocados de uma verdadeira demanda social e impôs limitações ao ensino, à pesquisa e à extensão.
Muitos recursos também são desviados da educação pública. Só com o Prouni e o Fies o governo destina R$ 3 bilhões por ano às instituições privadas. Esse recurso foi uma forma encontrada pelo governo para salvar o setor privado das dificuldades que passava, a fim de sustentar seus altíssimos lucros e sua expansão. Defendemos a transferência imediata dos estudantes que têm suas mensalidades pagas pelo governo para instituições públicas, como forma de restabelecer o caráter gratuito da educação.
Agora, o MEC propõe que o atual Enem se transforme numa nova avaliação nacional para “substituir” o tradicional vestibular. Porém, isso não resolverá concretamente a exclusão da juventude ao ensino superior público no nosso país. Para se ter uma idéia, na Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, o índice de jovens que tem acesso ao ensino superior é de 26%. No Brasil, país mais rico de toda a América Latina, apenas a metade disso, ou seja, 13%, tem acesso ao ensino superior. Na verdade, o novo vestibular, como já ficou conhecido, é uma tentativa do governo de disfarçar o caráter excludente da prova, já que essa medida não aumentará as vagas existentes nas universidades públicas. Para combater tanta falsa propaganda, é necessário levantar a bandeira histórica do livre acesso do povo à universidade, promovendo a verdadeira democratização do ensino superior.
Assim, com esta Carta de Recife, nós, estudantes presentes no II Seminário Nacional Universidade Brasileira, reafirmamos o caminho da luta e da combatividade como única saída para os problemas enfrentados pelos estudantes. Mais organização é preciso para conquistar a universidade que queremos e que o povo brasileiro precisa. Mais seminários virão para que juntos conquistemos a universidade popular, onde toda a juventude possa ingressar!
03 de maio de 2009
Brasil, Recife – PE
I Semana Universitária
A I Semana Universitária da Unicap aconteceu entre os dias 16 e 19 de março, no auditório do bloco D. O evento foi marcado por grandes debates e palestras sobre os temas: Mercantilização do Ensino Privado; Cultura como agente transformador da sociedade; Pré-sal: "Para onde vai o lucro com o petróleo brasileiro?"; e Movimento Estudantil na época da ditadura militar.
Fique atento para a realização da II Semana Universitária!
Campanha contra o aumento das mensalidades
O Grito realizou durante todo o primeiro semestre uma campanha contra o aumento de 5% nas mensalidades no ínico de 2009, recolhendo assinaturas para o abaixo assinado que também menciona as taxas abusivas como por exemplo: taxa pra 2ª via de certificado de matrícula, taxa pra trocar de horário, taxa pra tal coisa, taxa pra tal coisa,etc.
A campanha ainda não acabou e em breve estaremos entregando nas mãos do reitor.
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